Ah! eu me sinto órfão. Acabei de terminar o livro "Memórias" de Tennessee Williams e me sinto órfão, como foi bom acompanhar as memórias dele. Uma vida de muita repressão sexual, até a libertação aos 30 anos, muitos parceiros, muitas crises, muitos textos autobiográficos, muitas peças geniais, muitos contos sensacionais. Me sinto tão órfão, que agora leio uma coletânea de contos dele, "49 contos", da Companhia das Letras, é triste como os livros de Tennessee são difíceis de encontrar. Encontrei na biblioteca da faculdade, que só existe uma edição brasileira esse livro de memórias (1976) e este livro de contos (2006). "Para felicidade geral da Nação", a Biblioteca Teatral tem lançado quatro coletâneas de peças suas, uma com "Gata em telhado de zinco quente", "A noite da Iguana" e a " A descida do Orfeu"; "De repente, no último verão", "O zoológico de vidro" ("À margem da vida") e "O doce pássaro da juventude" - esta eu tenho; "27 carros de algodão e outras peças de um ato"; "Mister Paradise e outras peças de um ato". Infelizmente, essas obras tem preços nada acessíveis, a edição com "Gata em teto de zinco quente", tem custado em torno de R$ 100,00. É notório o quão esquecido Tennessee é no Brasil. Eu mesmo o conheci pela minha paixão por Paul Newman, que fez dois filmes da obra de Tennessee ("Gata..." e "O doce pássaro...").
Assim tenho passado meus dias, lendo Williams e uma nova recente grande paixão que são os filmes de Woody Allen em que suas opiniões sobre a vida, morte tenho concordado muito (mesmo sendo Allen um diretor maldito pela sua vida pessoal, temos que admitir a sua genialidade artística). Ao assistir "Meia noite em Paris", a explicação para com a nostalgia, que o passado fora melhor e o presente como entediante, me tem apetecido uma própria questão minha. Falando em Nostalgia tenho ouvido muito Charles Aznavour as suas canções são lindíssimas e ele é uma sumidade no palco e cantando. Tenho aprendido um pouco de francês para entendê-las. A sua "Comme il disent" ("Como eles dizem") uma canção sobre homossexualidade me deixou profundamente marcado, interessante um heterossexual escrever tão sensivelmente sobre isso. São 7h30 acho que vou terminar "Para Roma com amor", Allen tem até filmes melhores, mas está em contato com seu texto e direção é sempre delicioso.
Paul Newman em "O doce pássaro da juventude" (1962)
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