Outro fator discutido bastante em Anos Dourados é a mulher como objeto. "Sexo é pecado, a mulher faz para satisfazer as necessidades do marido", "Deus me livre, ter filha mulher", "Você é mulher não sente, com homem é diferente", "Você é a mulher que eu quero me casar, tenho que te respeitar". Na minissérie há cenas bastantes denunciadoras como, a empregada que só serve para satisfazer as necessidades do patrão e seu filho naquela hora, a mulher casada que recebe um sexo chocho por pura obrigação. É notória a desinformação dada a mulher, numa conversa, Marieta (Tania Scher) fala sobre um filme em que se passava uma cena de orgasmo a Lenita (Rosane Gofman) que não sabia o que era orgasmo recebendo uma explicação por parte de Marieta.
É bastante interessante a construção de Lourdinha (Malu Mader), ela começa como uma menina altamente submissa à mãe (Yara Amaral), que muito lhe reprime, como ao descobrir que a filha anda se masturbando, a interroga, arrancando uma crise de choro dela que depois vai se confessar ao padre pelo pecado cometido. Aos poucos ela vai se libertar e pensar com a própria cabeça, "Não acho que seja diferente para homem e pra mulher", "Não cometi erro nenhum", o que mostra que a série é muito importante, pois mesmo sendo ambientada em 1958, 1986 ainda era machista o bastante.
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