A minissérie da Globo
é brilhante. Gilberto Braga sabe muito bem cativar o público. A questão de sexo
é muito bem tratada. Apesar que sinto que a questão da mulher sexual, foi bem
mais bem explorada em “Anos rebeldes” (com o personagem de Cláudia Abreu,
Heloísa), mas é bem interessante a sua sutileza ao expor sua opinião. A mim foi
um divisor de águas, suas questões me refez rever tantas coisas e me transformar.
Valem serem transcritos os diálogos, como o diálogo de Milton Moraes (Morreu) com Felipe Camargo (Marcos) sobre masturbação, “Papai, faz mal?”, “Se fizesse mal, eu teria morrido com quinze anos, eu e meus amigos.”, “Então por que é pecado?”, “Por que assim a sociedade é assim, desde os séculos passados”. Depois ao ser indagado sobre a permissividade do sexo a mulher ser quase nula e ao homem toda", Milton Moraes encerra, “Acho que quem criou essas coisas tinha medo de ter chifrudo”
Outra grande fala é quando Betty
Faria (Glória) fala a Felipe Camargo, seu filho, sobre a proibição de se ler um romance, “Quem proíbe, é porque quer esconder alguma coisa!", ou quando ele sente culpa, "Culpa é coisa de padre", ressalta.
Na minissérie há dezenas de outras frases em que o autor denota o quão é reles a sociedade e sua cartilha. “Anos dourados” mostra por meio dos personagens Marcos (Felipe Camargo) e Lourdinha (Malu Mader), o quão a sociedade é nociva, em matéria de repressão, o quanto a sua ordem social pode fazer mal a qualquer um. Ao final, o autor mostra que devemos ser livres para o que bem quisermos, que não a nada mais bonito, de quem o amor, o sexo e ele em plena sua liberdade, é a coisa mais linda.
No final, os dois transam antes do casamento, e não se sentem culpados. Casam-se no civil e não tem problemas quanto a isso.
A minissérie discute tudo muito bem, mostra que homem e mulher sentem prazer igualmente, falar não fazer sentido, o homem "respeitar" a mulher com quem é casado e se "aliviar" em prostitutas. A opressão feminina, em matéria de sexo e como as pessoas são desinformadas em relação a ele. E que não tem porquê sentir vergonha do sexo e agir de acordo com a sua sexualidade sem reprimi-la, dá vazão a liberdade da vida, pois sexo é vida!
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